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Para 56% dos entrevistados, riscos no fornecimento dos dados a empresas são maiores do que as vantagens ofertadas
Cerca de 86% dos brasileiros têm muito ou algum medo de serem vítimas de violações ou fraudes com os seus dados pessoais. É o que mostra uma pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com 3 mil pessoas em todo o Brasil. No estudo, somente 13% expressam pouco ou nenhum receio de golpes virtuais. Além disso, para 56% das pessoas ouvidas, os riscos de compartilhar informações pessoais com organizações são maiores do que os benefícios oferecidos. O levantamento foi realizado em junho deste ano.
O estudo também mostra algumas atividades ou situações que os entrevistados apresentaram como mais vulneráveis ao acesso a dados individuais. Compras on-line (35%) e sites em geral (33%) foram os mais citados. Além desses, pesquisas virtuais sobre “termos de uso” em sites de busca (23%) e serviços bancários (21%) também foram descritos como situações suscetíveis a fraudes.
A mesma pesquisa indica que, entre os entrevistados, não houve consenso sobre o papel da tecnologia: 49% afirmaram que o avanço da tecnologia facilita a violação de dados; já 46% disseram acreditar que os recursos tecnológicos auxiliam na segurança das informações privadas. Segundo o coordenador de Data Center e Administração de Redes do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI), Elton Vinicius Rauh, atualmente, é muito difícil alguém não se expor na internet. “Nós nunca estamos 100% seguros, por isso temos que ter conhecimento sobre o que vamos acessar. Você pode ter o melhor antivírus, mas um deslize e suas informações já caem nas mãos de terceiros e, nesse caso, não há como prever o que pode acontecer. Hoje, se você colocar o seu nome completo no Google, por exemplo, provavelmente vai ver algum dado seu lá”, comenta.
O levantamento da Febraban também aponta que 76% dos brasileiros estão preocupados em como as organizações e empresas utilizam os dados coletados dos usuários. Além disso, para 59%, a privacidade se tornou uma utopia, pelo fato de as instituições terem acesso, de alguma forma, às informações de todos que navegam por ambientes virtuais. Somente 37% das pessoas ouvidas acreditam que os dados pessoais só são usados com autorização.
De acordo com o coordenador do ICI, com o desenvolvimento tecnológico, existem diversos tipos de ataques cibernéticos. Entretanto, é uma obrigação das empresas estarem regulamentadas segundo a Lei Geral de Proteção de Dados. “É dever das instituições proteger as informações particulares de cada cliente. Já houve muitos casos de dados vazados por empresas. Para evitar essa situação, toda organização precisa assegurar que os dados dos usuários não serão violados, perdidos ou divulgados”, afirma.
Cuidados com informações pessoais
Para garantir a segurança dos seus dados pessoais, Elton recomenda nunca abrir e-mails de contatos desconhecidos e conferir se o endereço eletrônico é mesmo de alguém de confiança. É também necessário se atentar aos detalhes do link em que estão sendo inseridos seus dados. O coordenador do ICI orienta a armazenar senhas e informações em um banco de dados particular (cofre de senhas) e nunca acessá-los em computadores públicos, além de ativar a verificação em duas etapas nas redes sociais e em todos aplicativos que dispuserem dessa tecnologia.
Sobre o ICI
O ICI – Instituto das Cidades Inteligentes é uma organização criada em 1998, com atuação em todo o território nacional, referência em pesquisa, integração, desenvolvimento e implementação de soluções completas de TIC para a gestão pública. Mais informações: www.ici.curitiba.org.br.