Alerta para prevenção e diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço

 



Alerta para prevenção e diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço

 

Tabagismo e consumo excessivo de álcool são os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento dos tumores

 


De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil registra cerca de 40 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço a cada ano. Dados do Instituto revelam ainda que cerca de 76% dos casos são diagnosticados em estágio avançado, o que reduz, consideravelmente, a eficácia dos tratamentos e a chance de cura. Por isso, é tão importante alertar e conscientizar sobre os cuidados necessários para evitar a manifestação ou evolução do sexto tipo de câncer mais incidente no mundo.

Câncer de cabeça e pescoço é o nome que se dá ao conjunto de tumores que se manifestam na boca (lábios, língua, palato mole e duro, gengivas, assoalho de boca e bochechas), orofaringe, nasofaringe, hipofaringe, laringe, tireoide, cavidade nasal, seios paranasais e glândulas salivares.

De acordo com a médica oncologista Dra. Fernanda Guedes, do Hospital Brasília, pertencente à Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil, os fatores de risco mais conhecidos para o desenvolvimento da doença incluem o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, principalmente destilados. 

“Entre outros fatores de risco estão também a exposição ao sol sem proteção (importante risco para o câncer de lábio), a infecção pelo HPV (relacionada ao câncer de orofaringe) e fatores relacionados à exposição ocupacional”, esclarece a oncologista. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 70% dos casos são causados pelos fatores de risco, ou seja, são evitáveis.

O câncer de cabeça e pescoço pode alterar a estética facial, a deglutição e a voz do paciente. A especialista afirma que entre os sinais e sintomas desse tipo de câncer estão manchas brancas ou avermelhadas na boca, que podem ser acompanhadas de dor e sangramentos; feridas na boca que não cicatrizam; nódulo no pescoço; dor de cabeça; dor de garganta; dificuldade em engolir; alterações na voz ou rouquidão por mais de 15 dias; além de tosse de longa duração ou com sangue; dor de ouvido e perda de audição ou zumbido nos ouvidos e dificuldade para respirar ou respiração ruidosa. 

Diagnóstico

De acordo com a neurorradiologista Dra. Niedja Tsuno, do Exame Medicina Diagnóstica, também pertencente à Dasa, o diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço é essencial para um tratamento com menor morbidade e aumento das chances de cura. 

“Os tumores diagnosticados em estágios mais avançados vão implicar tratamentos mais agressivos, com maior chance de sequelas e redução da qualidade de vida dessas pessoas”, afirma a Dra. Niedja.  Segundo ela, para confirmar o diagnóstico, é preciso fazer uma avaliação médica e realizar exames complementares e de biópsias. 

A médica explica que, para os tumores de laringe, hipofaringe e nasofaringe, a nasofibrolaringoscopia é um exame de imagem que permite ao médico visualizar as estruturas do nariz, das cordas vocais e da laringe, identificando possíveis alterações. “Ele é realizado pela inserção de um aparelho com câmera e iluminação especial na cavidade nasal e é feito em poucos minutos, sem necessidade de preparação”, ressalta a médica.  

Outros métodos para auxiliar o diagnóstico podem ser solicitados pelo médico. A ultrassonografia visa a identificar nódulos na cabeça e pescoço, e é muito usada na pesquisa do câncer de tireoide e na identificação de linfonodos acometidos. A tomografia computadorizada também tem um papel importante na identificação do câncer, fornecendo seu tamanho, forma e localização. Já a ressonância magnética é o método de escolha quando há suspeita de disseminação perineural, ou seja, quando as células cancerígenas se espalham ao longo dos nervos. Outra ferramenta disponível é o PET-CT, que avalia a metástase do câncer para outras partes do corpo.

Tratamento 

Segundo a cirurgiã de cabeça e pescoço Dra. Marina Azzi, do Hospital Brasília, esses exames são essenciais, o câncer de cabeça e pescoço acomete regiões anatômicas diferentes.  “Para determinar o tipo de tratamento é importante fazer uma avaliação da região envolvida pela doença e saber como o tipo de câncer se comporta no corpo (comportamento biológico do câncer). Desta maneira, é feito o estadiamento do câncer, e se define qual será o melhor tratamento”, afirma a cirurgiã. 

O tratamento para o câncer de cabeça e pescoço pode envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia.  A Dra. Marina Azzi reforça que os tumores de tireoide, por exemplo, são tratados com cirurgia e, após o método, pode ser necessária a realização de radioterapia. Nos tumores de boca, que são tratados, preferencialmente, com cirurgia, pode haver a necessidade de realizar, após a intervenção, radioterapia ou quimioterapia associadas. 

“Há situações em que não podemos realizar a cirurgia, seja por doença muito avançada ou por condições clínicas no paciente que impeçam a realização da cirurgia. A avaliação do paciente é fundamental para definir o diagnóstico e o melhor tratamento”, conclui a Dra. Marina Azzi. 

Como evitar o câncer de cabeça e pescoço 

• Não fumar;

• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;

• Ter alimentação rica em frutas, verduras e legumes;

• Manter boa higiene bucal;

• Usar protetor solar e evitar exposição ao sol prolongada;

• Usar preservativo (camisinha) na prática do sexo oral;

• Manter o peso corporal adequado;

• Recomendar a vacinação do HPV para os meninos de 11 a 14 anos e para meninas de 9 a 14 anos.

 

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