Créditos: José Gonçalo/LBV
A Escola de Educação Infantil Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade (LBV), promoveu nesta última quarta-feira, 21 de setembro, Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, uma animada e divertida Roda de conversa com o psicólogo clínico e deficiente visual Geovane Alziro Fróis.
A iniciativa serve para despertar nos pequenos a importância da inclusão de deficientes físicos ou qualquer funcionamento anormal, ou ausência de funcionamento de membros, sentidos e outras necessidades comuns a todos os seres humanos na escola. Além disso, permite que essas crianças convivam com outras de sua idade e possam se desenvolver e crescer em comunidade.
O psicólogo Geovane usou da criatividade para chamar a atenção das crianças na faixa etária entre 2 a 5 anos de idade, como, por exemplo, mostrando aos pequenos como um cego utiliza a bengala retrátil para deficientes visuais e como identificar cores pelo tato, mas sem dúvidas o momento mais curioso para as crianças foi a contação de história, utilizando um livro em Braile, com os olhinhos fechados a pedido de Geovane, o tato, o olfato, o paladar e a audição das crianças foram estimuladas fazendo com que eles pudessem vivenciar os detalhes da narrativa do conto, utilizando-se de sons, cheiros e texturas.
Sobre a atividade desenvolvida com as crianças o Psicólogo Geovane Alziro disse: Aqui na roda de conversa com as crianças foi abordado o tema da diversidade especificamente voltado para deficiência visual, o nosso objetivo aqui foi trazer uma visão humanizada das dificuldades da pessoa com deficiência visual do que é ser pessoa com deficiência visual das possiblidades que a pessoa com deficiência visual tem. E foi um momento muito rico, um momento de muita troca, de muito aprendizado.
Sobre esse processo de inclusão: É muito importante porque a gente vai quebrando o que hoje em dia se chama capacitismo, o que é isso? É um preconceito de forma velada que veio de milênios de que a pessoa com deficiência não é capaz de realizar as atividades normais, esse capacitismo muitas vezes ocorre na infantilização da pessoa com deficiência. Isso é um problema que a gente enfrenta sempre e não é legal ou seja com essa visão de que a pessoa com deficiência por ela ter alguma deficiência ela não consegue, é limitada vamos dizer, e a nossa proposta aqui foi trazer essa visão diferenciada para as crianças de que sendo pessoa com deficiência se ela tem as adaptações necessárias ela consegue fazer tudo o que uma pessoa sem deficiência faz, tudo não, tem coisas que realmente não dá pra fazer assim, mas ter uma vida normal, ter uma vida comum, trabalhar, estudar, tudo que um ser humano faz para se desenvolver, então isso tudo foi bem interessante, porque isso muda a visão das crianças desde que pequenininhos aprendam o valor da diversidade, o valor do respeito ao diferente eles vão conviver com pessoas com diferentes deficiências, com várias deficiências e vão aprendendo, eles vão começando a enxergar a pessoa como ser humano não a deficiência em si. Ressaltou Geovane.
A Organização das Nações Unidas estima que aproximadamente 1 bilhão de pessoas vivam com alguma deficiência em todo o mundo. O Brasil conta com 17,3 milhões de PCD (Pessoa com Deficiência), sendo cerca de 8,4% da população, de acordo com dados do IBGE (2019).
A data Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência é lembrada todos os anos e serve de momento para refletir e buscar novos caminhos e como forma de divulgar as lutas por inclusão social.
As escolas da LBV são locais de convivência e o primeiro ambiente onde as crianças se deparam com desafios e situações que a preparam para o mundo, como aprender a dividir, a respeitar o próximo e a ser uma pessoa sociável. Portanto, a inclusão de pessoas com deficiência, principalmente visual, ensina as crianças a conviverem, na prática, e faz com que as outras aceitem as diferenças comuns na sociedade.
Isso se aplica também em suas 82 unidades socioeducacionais entre escolas de educação básica, escola de capacitação profissional, abrigos para idosos e Centros Comunitários de Assistência Social, que resgatam em cada atendido a sua autoestima e transformam para melhor a sua realidade. Além disso, a Instituição garante que o local seja seguro e o trabalho de qualidade, com a atuação de profissionais e voluntários capacitados.
Geovane Alziro Fróis Lima, 30 anos, é psicólogo, trabalha e, sendo deficiente visual, encanta a todos com sua alegria e disposição, especialmente ao encarar a falta de acessibilidade das ruas no uso de transporte público até ao trabalho.
Enquanto muitas pessoas reclamam por tão pouco, o sorridente Geovane nos ensina que a despeito de sua deficiência e da falta de acessibilidade das ruas, a vida vale a pena ser vivida com entusiasmo e contentamento.
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