Terapia na Terra: Pacientes do Hospital de Base Cultivam Hortaliças para Transformar Vidas

 

 



 

Cultivar hortaliças no jardim desperta vitalidade nos pacientes psiquiátricos do HBDF.

 


 

Os pacientes internados na Unidade de Psiquiatria do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) encontram conforto na rotina por meio do projeto Oficina da Terra. Sob a coordenação do terapeuta ocupacional Rudjery Parente, os participantes passam suas manhãs cuidando do jardim, uma iniciativa que visa estimular habilidades motoras, cognitivas e sociais.

 

“Proporcionar acesso ao jardim hospitalar é essencial para pacientes em internação. O carinho dedicado à iniciativa os levou a apelidar o local de 'Hortaliças da Psiquiatria', revelando o afeto pela transformação. Assumir o papel de cuidador fortalece o tratamento, sendo a chave para estimular habilidades motoras, cognitivas e sociais durante as atividades da Oficina da Terra," enfatizou Rudjery.

 




Segundo ele, as atividades auxiliam também na redução do tempo de internação, porque ajudam a reintegrar e acalmar. “Além disso, sabemos que oficina é uma preparação para que os pacientes retornem para o tratamento ambulatorial”, afirmou o terapeuta.

 

Idealizador do projeto, o enfermeiro Edinan Oliveira, destaca a participação ativa dos pacientes na escolha das sementes, variando desde cebolinha até tomate-cereja. A atividade, realizada por uma equipe multiprofissional, contribui para a ressocialização e acelera a redução do tempo de internação.

 




"A escolha das sementes é uma decisão coletiva, buscamos atender aos desejos do grupo. Alho-poró, alface, cenoura – a variedade reflete as preferências dos pacientes internados. Essas atividades não apenas contribuem para a regeneração e o bem-estar, mas também desempenham um papel na redução do tempo de internação. A Oficina da Terra é uma ponte e prepara os pacientes para retomarem suas vidas com atividades terapêuticas significativas," ressaltou o idealizador do projeto.

 

A dinâmica do grupo ocorre semanalmente às quartas-feiras, vai além do simples cultivo. Os pacientes decidem, em conjunto com os profissionais, a frequência das atividades, incluindo a rega das plantas. As hortaliças orgânicas colhidas não apenas promovem uma dieta saudável, mas também representam um passo significativo no processo terapêutico.




 

O Serviço Auxiliar de Voluntário (SAV) apoiador do projeto, desempenha um papel fundamental ao doar sementes, adubos e insumos para a manutenção da horta. A presidente do SAV, Graça Leocadia, expressou sua gratidão pelo trabalho conjunto, enfatizando o valor em apoiar essa iniciativa que transcende os muros hospitalares, oferecendo benefícios terapêuticos tanto para pacientes quanto para profissionais envolvidos.

 

"Graças à união de esforços entre voluntariados e profissionais, ver os  pacientes cultivarem uma horta em um hospital de alta complexidade não tem preço. O impacto positivo dessa atividade de grupo é, sem dúvida, uma fonte de gratificação incomparável," afirma o vice-presidente do SAV, Gustavo Dias.

 


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