Startups combinam ciência, computação e IA para criar soluções transparentes e confiáveis de neutralização climática
A cada ano que passa sentimos mais os efeitos do aquecimento global. Por exemplo, o ano de 2023 foi considerado o mais quente já registrado na história, neste mês de maio tivemos um grande volume de chuvas que causou o desastre no Rio Grande do Sul, além da “bagunça” nas estações do ano. Esses são alguns fatos que demonstram a urgência de soluções para frear o avanço do aquecimento global e a mudança climática no planeta.
Para resolver essa urgência climática, estão sendo criadas startups que desenvolvem soluções sustentáveis, as climate techs. A Vankka, associada da Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Alemanha do Paraná (AHK-PR), é uma dessas. Fundada em 2023, tem como objetivo utilizar a tecnologia para criar soluções sustentáveis destinadas ao setor do agronegócio. Para isso, a startup combina ciência, computação e Inteligência Artificial (IA) para criar soluções transparentes e confiáveis de neutralização climática, protegendo ativos, investimentos e pessoas.
De acordo com a sócia da Vankka, Clarissa de Souza, a startup é a primeira e única environmental compliance technology company do Brasil, pois une dados, tecnologia e legislação em uma mesma plataforma para gerenciamento de informações críticas com base no balanço de emissões e remoções de carbono, além de fazer a análise de riscos legais associados ao carbono e apresentar soluções para neutralidade ou comercialização de excedentes de carbono.
O número de empresas de tecnologia emergentes que lidam com a crise climática aumentou quatro vezes de 2010 para cá. De acordo com a plataforma de inteligência de dados HolonIQ, em 2022 as climate techs conseguiram captar US$ 70,1 bilhões investidos. Em uma década, o capital investido no segmento aumentou 40 vezes e só nos últimos quatro anos, 330 novos projetos de ESG e fundos de impacto foram lançados por investidores privados.
A área de atuação das startups ligadas à preservação ambiental é vasta e diversificada, abrangendo setores como energia renovável, transporte sustentável, agricultura de precisão, gestão de resíduos, monitoramento ambiental, construção verde, reflorestamento, entre outros. As empresas buscam não apenas encontrar soluções para os desafios ambientais, mas também transformar essas soluções em negócios viáveis e economicamente sustentáveis.
Uma das soluções criadas pela Vankka é a Foresight, que tem como base dados geoespaciais e processamento de imagens de satélite para a obtenção de classes de risco das áreas de interesse. “A FORESIGHT simula diferentes cenários de risco, evidenciando os padrões de risco locais e regionais. Além disso, é capaz de analisar diferentes resoluções espaciais e temporais, sendo flexível para atender às especificidades de cada projeto”, explica Clarissa.
O Brasil tem um potencial muito grande para o trabalho das climate techs, por conta da vastidão de recursos naturais que pode alimentar a economia verde e reduzir ainda mais a dependência de fontes de energia não renováveis. Soma-se a isso a grande diversidade biológica, que pode ser explorada de maneira sustentável para a produção de biocombustíveis, biofertilizantes, biomateriais e produtos farmacêuticos. A extensão territorial também possibilita uma presença forte no mercado de carbono.
Sobre a AHK Paraná – Estimular a economia de mercado por meio da promoção do intercâmbio de investimentos, comércio e serviços entre a Alemanha e o Brasil, além de promover a cooperação regional e global entre os blocos econômicos. Esta é a missão da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná), entidade atualmente dirigida pelo Conselheiro de Administração e Cônsul Honorário da Alemanha em Curitiba, Andreas F. H. Hoffrichter.