O diagnóstico precoce e o acompanhamento oftalmológico pode prevenir complicações graves
Durante o mês de janeiro, dedicado à conscientização sobre a hanseníase com a campanha “Janeiro Roxo”, é fundamental destacar os impactos da doença além da pele e nervos periféricos, especialmente na saúde ocular. A hanseníase pode causar sérios problemas nos olhos, afetando a visão de forma irreversível se não tratada de forma adequada.
De acordo com o médico Dr. Antonio Sardinha, oftalmologista do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC), entre os principais danos oculares provocados pela doença estão:
• Diminuição da sensibilidade da córnea, aumentando o risco de lesões e infecções oculares.
• Nódulos esclerais, que comprometem a estrutura da córnea.
• Lagoftalmo, dificuldade para fechar completamente as pálpebras, o que expõe os olhos a infecções e ressecamento.
• Uveíte, inflamação intraocular que pode causar dor, vermelhidão e baixa visão.
• Cegueira, em casos graves e não tratados a tempo.
• Dor ocular, resultante de inflamações ou lesões nas estruturas oculares.
• Fotofobia, sensibilidade excessiva à luz, tornando a visão desconfortável.
• Lacrimejamento excessivo, causado por alterações nas glândulas lacrimais.
• Turvação da visão, prejudicando a clareza visual.
O Dr. Sardinha explica que a hanseníase afeta a visão de várias maneiras. “Quando as bactérias comprometem o nervo craniano trigêmeo, elas reduzem a sensibilidade da córnea e prejudicam o reflexo de piscar, tornando os olhos mais vulneráveis a lesões. Além disso, o dano ao nervo craniano facial pode dificultar o fechamento das pálpebras, aumentando a exposição dos olhos e o risco de infecções”, explica o do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC).
O médico também destaca que a hanseníase pode afetar outras partes do olho devido à reação imunológica do corpo à doença. “Além dos danos aos nervos, a resposta imunológica pode comprometer outras estruturas oculares importantes, prejudicando a visão e, em casos mais graves, levando à cegueira”, afirma o Dr. Sardinha.
Para evitar essas complicações e proteger a saúde ocular, o acompanhamento oftalmológico regular é essencial. “Pacientes com hanseníase devem fazer exames periódicos para detectar alterações nos olhos o mais cedo possível”, orienta o Dr. Sardinha.