Opinião: Bolsa Futuro para o GDF cuidar da juventude é investir no desenvolvimento


O Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Educação tem a oportunidade de dar um passo ousado e transformador na área da educação e inclusão social

por Paulo Melo

Trata-se da criação do Programa Bolsa Futuro, uma política pública voltada para os estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio da rede pública. O modelo seria inspirado em programas já consolidados como o Bolsa Escola, do governador Ronaldo Caiado em Goiás, e o Pé-de-Meia, implementado recentemente pelo governo federal.

A proposta é simples, mas poderosa: um cartão com crédito mensal de R$ 150,00 destinado diretamente aos alunos. Esse valor serviria como incentivo para frequência escolar e permanência na escola, podendo ser usado de forma livre: para comprar um lanche, uma roupa, pagar a academia ou investir em algo que traga mais dignidade e autoestima ao jovem. Além disso, esse mesmo cartão poderia ser utilizado para o repasse de valores destinados ao uniforme e material escolar, o que agregaria ainda mais praticidade e impacto social ao programa.

O diferencial do modelo goiano — e que deveria ser replicado no DF — é sua universalidade: todos os estudantes da rede pública têm acesso, sem restrição ao CadÚnico ou ao recebimento do Bolsa Família. Isso garante que nenhum jovem seja deixado para trás por uma questão meramente burocrática. Afinal, o direito à educação e ao incentivo para permanência na escola deve ser universal, não limitado a faixas de renda previamente definidas.

O custo estimado do Bolsa Futuro seria de aproximadamente R$ 350 milhões por ano. Pode parecer muito à primeira vista, mas esse valor é um investimento inteligente: além de melhorar os índices de frequência e desempenho escolar, movimenta a economia local. Esse recurso volta rapidamente para o comércio do Distrito Federal, aquecendo pequenos negócios, lanchonetes, papelarias, lojas de roupas e academias de bairro.

Investir na juventude é investir no futuro da nossa cidade. É dar aos nossos jovens a motivação necessária para seguir estudando, sonhando e acreditando que a escola pode ser um caminho real para a mudança de vida. Não se trata de assistencialismo — trata-se de visão de futuro, de combate à evasão escolar, de enfrentamento à violência e ao desemprego juvenil.

O Bolsa Futuro seria um divisor de águas para a educação no Distrito Federal. E mais do que isso: uma política pública justa, eficaz e economicamente responsável. O GDF tem nas mãos a chance de fazer história. Basta querer.

*Paulo Melo é jornalista, administrador, professor, está síndico e presidente do Instituto Nacional de Condomínios e Cidades Inteligentes - INCC.
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